22 de novembro de 2024
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Maio Bordô: quando sua dor de cabeça muda de padrão e merece uma atenção do especialista

 Maio Bordô: quando sua dor de cabeça muda de padrão e merece uma atenção do especialista

São mais de 200 tipos de dor de cabeça mapeados pela medicina, mas a maioria das pessoas não tem informações sobre como lidar com eles, e abusam da automedicação para se livrar deste mal que chega a acometer, ao longo da vida, 94% dos homens e 99% das mulheres, segundo pesquisa divulgada no Congresso 2023 da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC).

Neste Maio Bordô, por meio da campanha de conscientização no Brasil sobre as cefaleias, nome técnico para “dor de cabeça”, e sinais de alerta em que a população deve procurar ajuda médica, foi ressaltado o questionamento “Três é demais”, quando a ingestão de mais de três analgésicos em uma semana é considerada abusiva, podendo tornar a dor de cabeça uma doença crônica.

“Diante de uma prevalência tão alta, é comum chegar a seguinte dúvida para mim no consultório: ‘Dr., quando preciso buscar um neurologista por conta de dor de cabeça?’. Em geral, as pessoas que têm dor de cabeça crônica já estão habituadas e conhecem sua dor, sabendo como começa, o tipo e quando termina. No entanto, se sua dor difere do padrão prévio, sempre opte por buscar ajuda médica, afinal, toda dor de cabeça nova merece ser investigada”, explica Anisio Adalio Junior, neurologista e coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital Mater Dei Emec.

Segundo o especialista, as cefaleias estão distribuídas em dois grandes grupos: primárias e secundárias. “Costumo explicar ao meu paciente que a dor de cabeça é primária quando a dor é a própria doença, não tem nada por detrás dela. Enquanto isso, a dor de cabeça secundária é a dor de cabeça causada por algum outro problema de saúde”, reforça o neurologista.

Cefaleias primárias e secundárias

Existem dezenas de causas que ocasionam as cefaleias primarias, sendo as mais comuns a cefaleia tensional e a enxaqueca, consideradas as principais causas de dor de cabeça em todo o mundo.

“Temos dois tipos de tratamento para estas doenças: tratamento abortivo, o qual é a medicação para abortar a dor instantaneamente; tratamento preventivo, que é um plano de medidas para uma diminuição na frequência da dor. Estas medidas preventivas envolvem ajuste de hábitos, como ajuste do sono, da alimentação e da prática de atividade física, e por vezes, precisamos lançar mão também de algumas medicações”, reforça Anisio Adalio Junior.

Já as dores de cabeça secundárias podem, por exemplo, ser devido a um trauma cervical ou craniano, a um sangramento, a uma meningite, a um tumor, ao uso de substâncias ou até mesmo à exposição de altitude em uma viagem de avião, “assim, o tratamento da cefaleia secundária vai depender essencialmente da causa”, aponta o especialista.

Riscos da automedicação

Apesar dos constantes alertas sobre o risco da automedicação, esta é uma prática bastante comum entre os brasileiros. O uso indevido de medicamentos pode causar uma série de riscos, a exemplo do atraso no diagnóstico, decorrente de quando as pessoas só buscam a ajuda do neurologista após percebem que o analgésico não está trazendo os resultados esperados.

“A automedicação também pode causar efeitos colaterais graves, a exemplo dos anti-inflamatórios, bastante consumidos pela população sem nenhuma orientação médica, mas que podem ocasionar um maior risco de hemorragia gástrica, insuficiência renal e infarto. Além disso, é comum ocorrer também um uso abusivo de analgésicos que, se usados de maneira incorreta, podem levar inclusive a uma piora da dor”, alerta o médico do Hospital Mater Dei Emec.

Na maioria das vezes, as cefaleias são tratadas por neurologistas, que podem acionar especialistas de áreas multidisciplinares, como a medicina do sono e a cardiologia, pois uma dor de cabeça pode ser reflexo de uma pressão arterial descontrolada, por exemplo. “É importante ficarmos atentos aos sinais dados pelo nosso corpo e, ao sentir qualquer dor de cabeça, não hesite em procurar um médico de sua confiança”, finaliza o neurologista.

redação

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