Alta do dólar e as consequências para a vida dos brasileiros
A alta do dólar afeta a vida dos brasileiros mais pobres principalmente por meio do aumento dos preços dos produtos importados e daqueles que têm componentes importados. Além disso, produtos essenciais, como alimentos e medicamentos, podem se tornar mais caros, pois muitos são importados ou dependem de insumos estrangeiros. Isso reduz o poder de compra das famílias, aumentando o custo de vida e dificultando o acesso a bens e serviços básicos.
Exemplos de impacto na rotina do brasileiro?
- Alimentos: Produtos como trigo (usado na produção de pão e massas), importados na maioria, ficam mais caros. Isso impacta diretamente o preço dos alimentos básicos.
- Combustíveis: O preço do petróleo é cotado em dólares, então um dólar mais alto pode resultar em aumento no preço dos combustíveis, como gasolina e diesel. Isso, por sua vez, eleva o custo do transporte e de produtos que dependem de transporte, como alimentos.
- Eletrodomésticos e eletrônicos: Muitos desses produtos são importados ou montados com componentes importados, o que pode aumentar seus preços.
- Medicamentos: Muitos medicamentos ou insumos para sua produção são importados, e o aumento do dólar pode elevar seus preços, tornando-os menos acessíveis.
Quais os motivos da alta do dólar?
No caso específico desse último aumento no final de maio, as razões são:
Falas do presidente Lula sobre o desequilíbrio fiscal, que deram margens a acreditar que haverá persistência dos problemas envolvendo as contas publicas, o que impacta na economia de longo prazo e todo ambiente de negócios do Brasil.
Paralelamente, temos a desvalorização de outras moedas e crises econômicas globais, como a pandemia de COVID-19 ou tensões geopolíticas, bem como, a Taxa de Juros nos EUA, que atraem “capital” em busca de segurança.
Para atenuar e reequilibrar o câmbio, o Presidente ou o Ministro da Economia, pode tomar medidas que enviem sinais claros de que estão tratando com seriedade as questões fiscais, implementar reformas fiscais e estruturais para aumentar a confiança dos investidores na economia brasileira, que selem um compromisso com o equilíbrio fiscal.
O Banco Central, que é independente do Governo, pode e deve intervir, vendendo reservas de dólares para aumentar a oferta e tentar reduzir o valor da moeda americana, diminuindo o impacto sobre nossa economia e sobre a população mais pobre.
No longo de prazo, além das medidas já mencionadas, o governo deveria focar em medidas de médio e longo prazo, tais como: buscar transações em outras moedas, o que vem fazendo com a moeda chinesa (Yuan), diminuindo a pressão do dólar. Promover um ambiente político estável e previsível, o que pode aumentar a confiança dos investidores, e continuar com reformas fiscais que incentivem o crescimento econômico sustentável.
Também deve investir em educação, inovação e infraestrutura para aumentar a competitividade da economia brasileira, absorvendo mão de obra jovem. Somada com a redução da dependência de commodities e incentivar a diversificação da economia; agregando valor às commodities, com a indústria, que provocará aumento do volume de dólares entrando no país.
Bruno Mota
Pai, Economista, mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, Prêmios: Corecon e BNB, escritor, palestrante, educador financeiro e criador do canal no Instragam: @financasparajovensoficial