Inclusão da pessoa autista no mundo do trabalho

O mês de abril é considerado o “mês azul” de conscientização sobre o autismo,
marcado no calendário mundial no dia 2. Ao abordar a temática, é inevitável falar
sobre o desafio da inclusão da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – TEA no
mercado de trabalho. A inclusão de pessoas no mercado de trabalho é um desafio e
fica ainda maior quando a pessoa tem alguma deficiência ou síndrome. Mesmo diante
das Leis de incentivo, inclusão social e de cotas, as pessoas autistas enfrentam várias
dificuldades de inserção nos postos de trabalho.

Desafios como a falta de informação, o preconceito, o capacitismo, impedem o
acesso e a sua permanência no mercado de trabalho. Percebo que para enfrentar esses
desafios é necessário, entre outras necessidades, a capacitação dos empresários e
gestores, tornando-os mais sensíveis e conhecedores das especificidades da Pessoa
Autista, estimulando e treinando os seus colaboradores para a cultura do respeito,
inclusão e diversidade. As empresas também devem observar as necessidades de
acessibilidade, para trazer dignidade ao ambiente de trabalho da Pessoa Com
Deficiência, para que ela possa se locomover com o máximo de tranquilidade e
segurança. E nada melhor do que ouvir as demandas e necessidades que eles trazem,
tendo-os como os principais aliados e protagonistas no processo de implementação
da cultura da diversidade.

É evidente que o exercício profissional traz grandes benefícios para todas as
pessoas, pois faz com que as pessoas estejam inteiradas umas com as outras, se sintam
úteis e produtivas, socializem, façam amigos, se sintam pertencentes a um grupo social
e possam crescer enquanto pessoa e profissional. O impacto econômico, ao incluir
Pessoas Com Deficiência no mercado de trabalho, é positivo, pois gera poder
econômico e independência financeira, contando com uma mão de obra capaz, com
possibilidade de ensinar e engajar os outros colaboradores e aumentar os resultados
financeiros das empresas.

Diante disso, percebe-se que abril, não é um mês de comemorações, mas de
luta por políticas públicas que garantam que as pessoas com deficiência possam
trabalhar de forma justa e responsável. Para uma inserção responsável e o combate
ao capacitismo de Pessoas Autistas no trabalho são fundamentais ações efetivas para
a construção e a consolidação de uma sociedade mais inclusiva, que acolhe,
oportuniza, capacita e insere no trabalho.

Davi de Jesus Silva
Diretor-Presidente da Instituição Fixar Ideias
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